sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Jornalismo Literário


O Prédio





 Visto da rua o prédio não parecia tão grande, ninguém daria nada por ele. É verdade que se viam as filas de janelas até o quarto andar. Talvez fosse a tinta desbotada que tirava a impressão da enormidade. Parecia um velho sobrado como outros,  apertados na ladeira do Pelourinho, ele, colonial ostentava azulejos raros. Quatro andares e um sótão, um cortiço nos fundos, a venda do Fernandes na frente, e atrás do cortiço uma padaria árabe clandestina. Nos 116 quartos mais de 600 pessoas. Um mundo, Um mundo fétido diga-se, sem higiene, qualidades, ou moral, com ratos, escorpiões, palavrões e gente, muita gente!

Operários, soldados. “Árabes de fala arrevesada, mascates, ladrões, prostitutas, carregadores, estivadores, gente de todas as cores e raças, de todos os lugares, com os muitos trajes enchiam o sobrado”.



Joões, Marias, Onofres, Zés, Bethes, Ernestos, Raimundas, Ingrides, Saíbes, Radagazios, Charlés, Roses, Giacomos, Bernabés, Ralfes e Ataídes,.. muitos desses nomes se misturavam aos mistérios que dominavam aquele prédio. E dentro desse esquisito e fétido lugar, estava mais um outro João o tal Jão Fala, ou Jão bom papo, ou Jão Baruião. Era impossível tirar palavras do Jão, era lacônico o sujeito. Ganhou esse epíteto, pois ninguém conseguiu saber seu nome verdadeiro, mas para aquele lugar o nome não tinha importância alguma. Fosse João, Jão, ou qualquer coisa do tipo. Além do mais, o resto das pessoas deveriam ter os nomes inventados e parecidos com o do Jão Baruião.



O endereço de correio desse imóvel, era a venda do Fernandes, bem do outro lado do prédio, quase na entrada, servia aos poucos que se aventuravam a ter um nome.

Ninguém entrava no palacete, a não ser os que lá moravam, ou, uns poucos autorizados. Aquele prédio enorme só tinha uma entrada, as outras foram lacradas. E construído  com enormes porões.

 O tal palacete era datado de 1820 e fora habitado até 1960 pelo último dono, o Barão Bernardo Bentuvio III, que morreu solteiro, velho e sozinho dentro dessa enorme estrutura da ladeira do Pelourinho.

Esse barão, não deixou testamento algum e ninguém apareceu para reclamar a tal herança, nem mesmo pagar a dívida de 300 milhões de cruzeiros de impostos taxados ao tal casarão.

Quase todos os objetos de valor que estava por lá foram levados, “roubados” pelos antigos empregados que não receberam indenizações depois de sua morte, e levaram os muitos valores como forma de pagamento.

Com o estado ficou a posse do casarão que o tombou em 1962 para ser transformado em museu.

Nunca se soube por que não concretizaram a ideia desse museu.

O prédio foi abandonado e esquecido, e acabou invadido por gente qualquer: uma mistura de Putas, viciados, malandros, punguistas, salafrários, ladrões, andarilhos e muitos outros desocupados.

Um dos ilustres moradores do local, era esse “Jão Baruião”, um bebedor de pinga do empório do Fernandes, um comércio que vendia de tudo: Arroz, feijão, farinha, lamparina, lampião, jabá, enxada, galocha, fumo de rolo, marmita, anil, galinha viva, porco, purgante, cigarros e outros apetrechos. Entre as muitas atividades de vendas, estava o ponto de drogas daquela região. Fernandes é Argentino casado com uma baiana chamada Rosa Malandra, colecionadora de amantes espalhados pelo cortiço, entre eles, os principais são uns crioulos da pesada, inclusive abastecedores do ponto de Fernandes “LSD e heroína”.

 O argentino não sabia das escapadas de Rosa, e ela a baiana malandra, também mal desconfiava que o maridão machão e bravo, também era muito chegado a amantes, digo: Uns amantes! Na verdade, o “Platino” adorava usar Ruge e Batom, e pasmem, amava camisolas. Uma ou duas vezes por semana, Fernandes saía para fazer entregas, que só ele podia fazer, e levava sempre consigo uma mochilinha onde devia ter seus pertences femininos. Suas escapadas acabavam demorando bastante, muito tempo, uma eternidade, e voltava sempre muito feliz e sorridente.


Um das coisas esquisitas daquela região era a troca de favores entre todos.  E muitos sem dinheiro, conseguiam “sobreviver”, assim como o tal Jão Baruião que mesmo sem nenhum dinheiro, tomava suas muitas cachaças. Sempre bêbado e calado, circulava por todos os lados, caia; levantava; andava; caia novamente; bebia mais; caia outras vezes mais. Esse conhecia os muitos atalhos do cortiço, sabia e via tudo, mas não falava absolutamente nada! Era lacônico o Baruião.


 E quem ligaria para qualquer história de um farrapo daqueles? 

Morava no térreo daquele cortiço em meio ao lixo, baratas e ratos, num quarto de 36 metros, dos quais só uns seis eram transitáveis. Tinha um fogão jacaré, uma espiriteira (feita com pregos e uma lata de sardinha) em cima de uma mesa de três pernas onde ficava uma lamparina, nesse meio, muitos sapatos de numerações distintas e cores diversas, não importando se direitos ou esquerdos estavam lá assim mesmo! Roupas - uns Trapos amontoados perto de uma banheira velha.

Banheiro? Não tinha naquele quarto! Mas existia sim (um) no corredor, bem ao lá no fundo do andar térreo, era de uso coletivo, e diga-se: Lastimável!

Muitos preferiam usar qualquer canto, menos esse banheiro!

As janelas do seu quarto estavam emperradas pelo tempo, a porta não fechava, e o piso era rachado ao longo do quarto e alguns montes de papelões lhe serviam de cama. Muitas garrafas de pinga espalhados, das marcas: Três fazendas, Tatuzinho, Ximbó, Vai com Deus, Riopedrense, etc. Centenas de pontas de cigarros, os tantos cigarros sem filtro decoravam o piso: Continental, Olé, Marabá, Copa de ouro, Seleto, Capri, Imperador, Lincon, Kent, Mistura Fina...

Numa madrugada de fevereiro 1970, aconteceu um incêndio no quarto de Jão Baruião, provavelmente, ou, quem sabe? Provocado, por querosene que derramou da lamparina, ou, por algum cigarro mal apagado.

O fogo queimou tudo, e Baruião, bêbedo, não pode levantar e nem correr, acabou como vítima desse incêndio, levado para o hospital local, com algumas queimaduras e inconsciente e entorpecido pela fumaça e bebida.

O fogo foi praticamente, ou totalmente apagado pelos moradores locais. Quando, o Corpo de Bombeiros chegou, não tiveram quase o que fazer, o único trabalho, foi o de levar o acidentado ao hospital, fogo já não tinha mais.


Na ocorrência, os relatos estavam fora do padrões,  eram evasivos, com apenas duas linhas na ocorrência que mencionava um senhor sem nome que estava naquele local, da ladeira Pelourinho, também sem numero. Entre poucas palavras que constavam no boletim, era que ele morador não tinha identificação, e sofrera algumas queimaduras.


Baruião foi medicado e ficou em observação por uma semana, pois certas queimaduras foram no rosto, e por sorte, apenas queimaduras de primeiro e segundo graus, as quais, consideradas leves, que acabaram queimando os seus cabelos e barba. Entretanto o médico de plantão relatara, que a sujeira, o “cascão” pelo corpo do desconhecido, acabou por protegê-lo de queimaduras mais graves.

Em meio a tantos curiosos do cortiço na hora do fogo, um se destacava...
Era um observador atento ao fato, esse acabou ajudando no corre-corre para apagar as chamas.

Talvez, teria sido esse tal observador que teria chamado os bombeiros, pois os ocupantes daquele lugar não se atreveriam a algo do gênero. Ele o observador não era tão estranho ao bairro, se fosse nem estaria ali.

Ele também era um frequentador da bodega do Fernandes. Um sujeito de roupas puídas, cabelos desgrenhados e sapatos sujos.  

A única certeza era que os moradores não sabiam que ele, na verdade, era um jornalista disfarçado como desocupado, à procura de uma boa história.

Quanto ao seu segredo, não parecia ser diferente a ninguém dali, pois todos de alguma maneira, também guardavam os seus muitos segredos.

Os mais comuns: Era a origem, nomes, condutas, passados, identidade, nacionalidade, religião, alguns escondiam até a sexualidade...

Mas nome ele tinha de verdade, era Onofre Sales esse tal jornalista. Era contratado junto ao Jornal Diário Baiano, era também escritor nas horas vagas, escreveu alguns contos sem muita divulgação.

Morava de aluguel fora dali, próximo da padaria Árabe, em uma casa de cômodos, de propriedade do Sinhozinho Praxedes, ex-deputado da Bahia nos anos 50, e que também era muito conhecido ao redor.

Sales, por puro interesse, com pensamentos rapino, foi o único a visitar o Jão Baruião no hospital local, tentando sem sucesso algum contato, mas sem êxito.

 Jão era um silêncio só, com um olhar perdido de alguém que não quer mesmo ser percebido.

Onofre Sales insistiu, nos outros dias, até que, com muita marra, consegue arrancar de Jão algumas palavras, coisa inédita!

- O que quer?  Disse Baruião! Dar-me pinga?  Se for isso, aceito! Se não for, tchau! Desapareça!

- Calma,calma! Calminha! Meu Bom amigo! Só quero uma coisinha de nada! Vim aqui devolver o que lhe pertence!

Bom amigo? Quer o que? Devolver-me? Não entendi?

Então, Onofre conta que havia revirado os escombros do incêndio e achou uns papeis e fotografias numa capanga, dentro da velha banheira, o olhar de Jão mudou repentinamente, muito bravo e ameaçador. Com bastante rispidez aponta seu dedo: “devolva meu lixo! É só lixo!” Devolva!

“Calma! devolvo já. Toma aqui, é seu, sei disso, eu não quero incomodá-lo, o que é seu é seu! Eu só quero conversar um pouco.”, falou o jornalista.

“O Que? Conversar Comigo? Está delirando? Sou só um bêbado lixeiro e sujo e sucinto”. Eu não quero falar!

Mas Onofre reparou em sua fala, um ótimo português! Dissera “para que”, sucinto, Dar-me, e não “pra que” , ou me da, como era comum por ali! Falava com um jeito meio acadêmico, de quem conhecia gramática.

Parece que Jão tinha muitos mistérios na vida, inclusive esconder que sabia falar, e falar bem, mas não queria que ninguém soubesse disso!

Onofre disfarçou sua descoberta, para não mostrar-se tão investigador.

E detalhadamente, sem ser interrompido relatou a Jão tudo o que acontecera no incêndio, e que o lugar tinha virado um carvão por inteiro que ia ser difícil ele voltar pra lá. Só há cinzas por lá!

Jão pegou de volta sua capanga, chorou em silêncio, abriu, olhou algumas coisas e abraçou seu objeto,

“você viu as fotos? e meu RG.? Viu?”.

Bem, dizem que os jornalistas são curiosos e sem respeito,

Mas eu sou, além disso, um escritor que gosta de uma boa história, não me julgo desonesto nem bisbilhoteiro.

Eu só abri sua capanga para ver se tinha algum documento, descobri que existia, eu não li acredite em mim! Só vim mesmo devolver!

Jornalista? espantou-se o homem.

Sim! É o meu segredo”, confirma Onofre Sales. Parece que todos pelo bairro são assim, safos e misteriosos. Não sou diferente quanto a isso!

 Não pretendo incomodá-lo, não me interessa quem é você! Apenas quero que me diga algo sobre o prédio e só.

Quero que me conte algo desse misterioso prédio e seus porões. Não me interessa as pessoas.

Tenho vontade de escrever sobre aquele prédio, eu sei que ele tem muitos mistérios, eu gostaria de escrever algo sobre ele.

Jão respondeu de bate pronto:

Não! O prédio não, Desista!

Nunca escreva nada sobre aquele lugar! É bastante perigoso.

Ninguém gostaria da exposição do imóvel.



A história poderia criar interesse de pessoas que não estão em parceria com que lá estão.

Corre-se o risco de desabrigos, mortes, e isso não seria justo de maneira nenhuma. É bom que não mexa com isso, e também vai ser bom para todos e para sua saúde.

Como assim, minha saúde?

Sim! Isso mesmo que ouviu, a saúde de alguns, mudaram quando tentaram mexer com o prédio. Alguns,  tenho certeza, nunca mais precisarão de médico algum.

O jornalista engoliu em seco e sorriu sem muita graça.

Que diabos esconde-se por lá? Pensou...



Iria me dar mal não é? Aquele monumento tem coisa grande por trás, e gente muito grossa metida nisso, certo?


“Se nunca pensar naquele prédio e nas imediações, você não irá sofrer”, concluiu Jão. O qual jornal que você trabalha não é o Diário Baiano?”

É sim! Claro, Como sabe?”

Pois, bem! Sua historia sobre o prédio nunca seria publicada por esse jornal, ou por qualquer outro desse estado!

Quem sabe, pense em uma outra história?

Onofre estremeceu! E pensou para si: como esse farrapo sabia disso? 

Eu não disse nada do jornal, como ele sabia que era naquele jornal?

Em Agradecimento, pela devolução de minha capanga, vou ajuda-lo!

Escreva sobre mim, é uma história que pode interessar. Você viu meu RG? viu?

Bem vamos fingir que você não viu!

Se viu, não prestou atenção no que leu.

Leia aqui no meu RG!”

Sim. É Manoel Saclac e daí?

 - Agora, acho que sou o único que sabe seu nome por aqui!

Talvez seja uma história razoável respondeu o jornalista.

A história do meu nome não lhe agrada?

Será que não lhe diz nada?

Não é muito esperto jornalista, não é nada esperto!

 Faça um anagrama do meu nome!

Onofre pensou, e escreveu num papel, “Calças Leonam”

‘‘Não entendi ainda!

 Pense mais!

É Fácil! Eu era o Leonam das calças. Eu era o dono das empresas Leonam! Calças Leonam.

 “Nossa! que loucura!Puta que pariu! Isso é fantástico! Puta que pariu!

Essa empresa foi um poder há dez anos, acabou sendo negociada por um dinheirão para um grupo americano, das Calças Lee se não me engano, foi um negócio poderoso.

Exatamente foi isso! Mas eu vendi tudo! Até minha casa, junto com empregados carros, cachorro e tudo mais Como dizem:...” De Porteira Fechada”

“Puxa! Que historia fantástica pode ser essa... eu,

Opa! Quieto! Desculpe! Sua história não vai ser essa!

 Isso é só para você saber quem eu fui. Vai ser o seguinte:

Não terá nomes, nem endereço, ou coisa assim:

Vai ser sobre alguém que mora na rua, no anonimato, em um lugar qualquer.

Sobre alguém que era muito rico e poderoso, e tinha tudo o que queria a seus pés.
Era muito próspero, ganancioso, inteligente e boa pinta, casado, pai de três lindos filhos.

Alguém que só fumava charutos cubanos e usava chapéus Panamá legítimo, sapatos de cromo alemão e dono de luxuosos carros, aviões, alguém sem limites.

Esse homem teve um caso com sua advogada e secretária particular, que era também,  era sua própria cunhada.

Esse caso se arrastou por meses, anos...quando foi descoberto pela esposa.

E naquela noite, depois de sair com minha amante voltei para casa tarde.

Ela esperou que eu chegasse a casa, e derramou tudo de uma vez , discutimos ruidosamente, ela pegou algumas poucas coisas, enfiou no carro com as crianças e foi embora, saindo em disparada!  Há dez quadras da nossa casa, o carro capotou e caiu numa ribanceira e morreram todos! fez-se um breve silencio...
Fui o culpado!

Que culpa tinham as crianças? Como eu pude fazer isso?

 Eu nada fiz para impedir que minha mulher fosse embora com as crianças, não fui atrás, e nem tentei segurá-la.

Apesar da minha infidelidade, eu amava meus filhos e minha mulher, eu joguei tudo no Lixo! “Eles não tinham culpa das minhas canalhices, e eu pus tudo a perder”.


Fiquei arrasado, e depois que eles se foram, vendi tudo que eu tinha, nada sobrou!

Anonimamente, doei todo dinheiro das vendas para instituições de caridade e hospitais, e sumi de tudo e todos, a barba cresceu juntamente como meus cabelos, passei a me esconder em diversos buracos, favelas, cortiços, alguns lugares abandonados, matagais, até chegar onde cheguei.

Agora fumo cigarros ruins, bebo as piores bebidas, as mais ordinárias possíveis, calço os piores sapatos. Minha comida é lixo, isso é o mínimo que merece um homem como eu.

Quero ir até meus últimos dias, embriagado, no silêncio, no lixo, morrendo aos poucos para sentir bastante dor.

Fez uma pausa...

Uma história não?

Você não prejudicaria ninguém numa história assim. Será homem que ninguém sabe o paradeiro, talvez, até posam pensar que o tal homem more no exterior, ou,  que já morreu.

Onofre Sales, pensativo, fez menção de dizer alguma coisa, mas estava embaraçado e espantado, preferiu se calar, ao estilo João.

 Não sabia o que dizer para aquele homem, nem mesmo o que perguntar.

 Só disse: ótima  história, mas bem triste!

Eu poderia redigir, e lhe mostrar depois de amanhã?

“Claro que sim!”. Você sabe o que escrever certo?  Veremos como fica isso no papel!

O jornalista escritor saiu silenciosamente, num misto de ternura e dó.

Onofre passou noite em claro, escreveu com muito cuidado a tal história.


E Como prometido, voltou no dia combinado, mas acabou, sendo surpreendido, não encontrou mais ninguém na enfermaria do hospital. Estranhamente, a cama na qual ficava Baruião estava vazia e arrumada. Intrigado, perguntou para enfermeira onde estava o doente?

Ah! o tal doente? Não está mais aqui! Desaparecera há dois dias sem deixar rastros, nenhum sinal, e os guardas do plantão não perceberam seu desaparecimento. 

Onofre confuso, muito pensativo, procurou pelo bairro inteiro, e nada! nem sombra do homem. Lógico que tomou todos os cuidados possíveis á respeito do nome de Jão em sua busca.

Não o encontrou, nem mesmo desconfia se voltará por ali, ou, se um dia voltaria para aquele prédio.

O que importa?

Com a história pronta em mão, leu, releu e esperou por um sinal por algum tempo.


Quando achou conveniente encaminhou-se para redação com a história debaixo do braço.


Na entrada do prédio parou, recostou-se em uma pilastra, olhou para os lados, contemplou seus escritos, retorceu os lábios, e num rápido movimento rasgou todas as páginas e atirou-as em numa lixeira.

E nos calcanhares deu meia volta, ajeitou seu chapéu, sorriu para si, enfiou as mãos no bolso, e assoviando uma melodia caminhou ladeira abaixo.





Joel de Almeida Ferro

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